Era uma vez um senhor muito alto que vivia numa casa grande, na Lapónia. O mobiliário da casa era especial, já que ele, para além de alto, era muito gordo, pois era muito guloso. Tinha umas barbas compridas e brancas e o seu cabelo também era branco e macio como a neve. Trajava um fato vermelho e da cabeça pendia um capuz também vermelho com um pompom branco na ponta. Era muito gentil e bondoso. Tinha uma personalidade muito forte. Gostava de ajudar as pessoas e ficava muito feliz quando via um sorriso na cara de uma criança. Chamava-se Pai Natal.
Ao lado da sua casa, tinha uma oficina, a "Oficina dos Brinquedos". Era lá que ele fazia os brinquedos para as crianças com a ajuda dos duendes.
A Mãe Natal, uma senhora alta e gorduchinha, era a sua esposa. Era muito carinhosa e prestável. Adorava crianças e fazia tudo por tudo para as ver felizes. O seu maior talento era cozinhar e todas as pessoas gostavam da comida que ela fazia, especialmente dos seus biscoitos de manteiga.
Todos os Natais, o Pai Natal recebia muuuitas cartas! Mas, naquele Natal branco da neve e verde dos pinheiros, ele recebeu mais cartas do que nos outros anos. Eram montes e montes de cartas. Todas elas pediam presentes, pelo que o Pai Natal ficou com um grande problema para resolver: como fazer tantos presentes a tempo para todas as crianças?! Começou a trabalhar e passou dias e noites, noites e dias a fazer presentes para as crianças, até que começou a ficar exausto.
Faltando já só dois dias para a noite de Natal, ainda estavam metade dos brinquedos por fazer. Foi-se deitar um pouco e pensar numa solução para fazer os brinquedos mais depressa.
Pensou, pensou, até que...
- TRUZ, TRUZ, TRUZ...
O Pai Natal, em sobressalto, levantou-se e foi abrir a porta.
- Olá Pai Natal, nós soubemos que... - começou a dizer em coro um grupo de crianças, logo interrompidas pelo Pai Natal.
- Entrem, entrem, não fiquem aí à porta.
As crianças entraram e sentaram-se nos enormes sofás feitos de pele de lobo. A Mãe Natal serviu-lhes alguns dos seus biscoitos deliciosos com chocolate quente e deu-lhes algumas mantas, pois eles estavam com fome e frio.
- Então expliquem-me lá o que vieram cá fazer.
- Nós soubemos que o Pai Natal estava com problemas em fazer os presentes e a noite de Natal está para vir, pelo que resolvemos vir ajudá-lo. - Disse a Rita, uma menina do grupo de crianças.
O Pai Natal sorriu e exclamou:
- Então, sendo assim, mãos ao trabalho!
As crianças e o Pai Natal foram para a "Oficina dos Brinquedos" onde ainda estavam os duendes. Começaram por fazer carrinhos e comboios de madeira, bonecas de pano, meias, gorros luvas, camisolas feitos de lã e muito mais. Por fim, pintaram.
Chegada a hora da ceia de Natal foram todos para a mesa comer a comida deliciosa que a Mãe Natal fizera: batatas e bacalhau cozido com couves e umas cenouras a acompanhar. No fim uma sopinha de couves quentinha a deslizar pela garganta. Que saborosa! A sobremesa foi tronco de natal, rabanadas, aletria e mexidos - os doces tradicionais do Natal.
Quando já era meia-noite, o Pai Natal pegou no seu saco vermelho cheio de prendinhas e subiu para o trenó.
- Pai Natal... - disse o Gustavo, um dos meninos do grupo -... Podemos ir consigo?
O Pai Natal, com um gesto nobre, fez sinal para eles entrarem no trenó.
As renas começaram a correr até que o trenó ficasse no ar. Em cada casa que passavam atiravam prendas pelas chaminés.
E assim, com a ajuda do grupo de crianças, o Pai Natal conseguiu resolver o seu problema.