21
Nov 07

«O elogio da solidão» 

 

A solidão encontra-se frequentemente associada a sentimentos de tristeza, angústia, sofrimento, etc. Talvez por isso, quando se aborda este tema é quase sempre para encontrar formas de combater este flagelo, como se tratasse de uma verdadeira praga. Se fosse possível os partidos políticos defenderiam a sua extinção. E, caso houvesse um referendo a nossa sociedade provavelmente eliminá-la-ia.

 

As pessoas associam habitualmente a solidão aos idosos, presos, refugiados, imigrantes, etc. Na verdade, estas imagens são estereotipadas e reflectem somente uma parte da realidade. Qualquer um de nós tem diariamente vários momentos de solidão: na fila do trânsito, no transporte público, na sala de espera de um consultório, numa caminhada a pé, no ginásio, etc. Estes exemplos servem para demonstrar que a solidão ocorre no nosso dia-a-dia e não pode ser suprimida, por outro lado, ela nem sempre reproduz algo negativo ou penoso.

 

Existem inúmeras áreas artísticas em que a solidão se revela fundamental. Temos o caso da pintura, da escultura, da escrita, só para citar alguns exemplos. Será que quem intervém nestas áreas é masoquista? Não me parece. E, quando tomamos decisões importantes (apesar de podermos partilhá-las com outros) não o fazemos em solidão? A solidão é imprescindível na nossa vida mental, e, por isso, há que aprender a tirar partido dela.

 

Há algum tempo atrás falei com um jovem que fazia um percurso diário (em cada sentido) de cerca de 45 minutos de comboio para ir para as aulas. Perguntei-lhe em que é que pensava durante aquele tempo. A resposta foi simples e directa: «não penso em nada de especial, apenas aguardo que a viagem termine». Fiquei triste por ele. Este rapaz desperdiçava, deste modo fútil, os seus momentos de solidão. Transformava-os em algo estéril e vazio. Isto traduz um aspecto interessante: para muitos o silêncio interior é difícil de suportar. Mas, ao rejeitarem-no estão a proceder como um agricultor que não cultiva a terra e a deixa ao abandono.

 

A nossa solidão deve ser usada para reflectirmos sobre aquilo que nos vai acontecendo; para estruturar a nossa vida psíquica e pensarmos sobre as nossas relações, sentimentos, dúvidas, desejos, frustrações e alegrias. Actualmente, pensa-se, discute-se e fala-se muito sobre o que acontece fora de nós e, muito pouco daquilo que se passa cá dentro. As tentações para o fazer são muitas: futebol, moda, política, beleza, viagens, etc.

 

O nosso cérebro deveria ter predefinido uma espécie de "tempo de antena interior". É por isso que - nós os psiquiatras - observamos com frequência, uma certa forma de "analfabetismo da vida interior". Este é um mal que atravessa todas as classes sociais e que se encontra espalhado um pouco por toda a parte. O pior é que para a maioria, este analfabetismo passa despercebido e indetectável durante muitos, muitos anos (com frequência toda a vida).

 

Há que aproveitar a nossa solidão para "ler" e tentar compreender aquilo que se vai passando dentro de nós. Este exercício também se aprende e deve ser estimulado. A psicoterapia acaba por ser uma escola onde se descobre a ter acesso à nossa vida interior. Todavia, não é a única forma de o fazer; veja-se o caso da oração para quem tem fé...

 

Neste contexto, a solidão é óptima! Por isso, não viva cá fora, sem antes estar só, lá

dentro!

 


Pedro Afonso In Forum da Familia


publicado por SoniaGuerreiro às 08:20

20
Nov 07

Para os Pais Pensarem

Um dia, quando um homem chegou tarde a casa, cansado e irritado  apos um dia   de trabalho, encontrou esperando por si a porta o seu filho de 5 anos.
    * Papa, posso fazer-te uma pergunta?
   * Claro que sim; o que e?
   * Quanto ganhas numa hora?
   * Isso nao e da tua conta; porque me perguntas isso?! - respondeu o   homem zangado.
   * ... So para saber; por favor... va la... quanto ganhas numa  hora? -   perguntou novamente o miudo.
   * Bom... ja que queres tanto saber, ganho 10 € por hora.
   * Oh!, suspirou o rapazinho baixando a cabeca.
Passado um pouco, olhando para cima, perguntou: Papa, emprestas-me 5 € ?
O pai, furioso, respondeu: Se a razao de tu me teres perguntado isso,  foi  para me pedires dinheiro para brinquedos caros ou outro disparate qualquer,  a resposta e nao; e de castigo, vais ja para a cama. Vai pensando no menino  egoista que estas a ser. A minha vida de trabalho e dura demais para  eu  perder tempo com os teus caprichos.
O rapazinho, cabisbaixo, dirigiu-se silenciosamente para o seu  quarto e  fechou a porta.
Sentado na sala, o homem ficou a meditar sobre o comportamento do filho  e ainda se irritou mais; como se atrevia ele a fazer-lhe perguntas daquelas?
Como, ainda tao novo, ja se preocupava em arranjar dinheiro?
Passada mais ou menos uma hora, ja mais calmo, o homem comecou a ficar com remorsos da   sua reaccao. Talvez o filho precisasse mesmo de comprar qualquer coisa com os cinco euros; afinal, ate era muito raro o miudo pedir-lhe dinheiro.
Dirigiu-se ao quarto do filho e abriu devagarinho a porta.
   * Ja estas a dormir? Perguntou.
   * Nao papa, ainda estou acordado, respondeu o miudo.
   * Estive a pensar... Talvez tenha sido severo demais contigo - disse o homem. Tive um longo e exaustivo dia e acabei por desabafar contigo;
   * Toma  la os 5 € que me pediste.
O rapazinho endireitou-se imediatamente na cama, sorrindo: Oh,  papa! Obrigado! E levantando a almofada, pegou num frasco cheio de  moedas.
O pai, vendo que o rapaz afinal tinha dinheiro, comecou novamente a  ficar   zangado.
O filho comecou lentamente a contar o dinheiro, ate que olhou para o pai.
   * Para que queres mais dinheiro se ja tens ai esse? - resmungou o pai.
   * Porque nao tinha o suficiente; agora ja tenho! - respondeu o rapaz.
   * Papa, agora ja tenho 10 €, ja posso comprar uma hora do teu    tempo, nao posso? Por favor, vem uma hora mais cedo amanha; gostava tanto   de  jantar contigo...

In Forum Familia
publicado por SoniaGuerreiro às 16:26

Uma lição sobre a VIDA

Um professor de filosofia, diante da sua turma, sem dizer uma palavra pegou num frasco grande de mayonaise, mas vazio e começou a enchê-lo com bolas de golfe.

A seguir perguntou aos estudantes se o frasco estava cheio. Todos estiveram de acordo em dizer que "sim".

O professor agarrou então numa caixa de fósforos e a vazou todos os fósforos dentro do frasco de mayonese.

Os fósforos preencheram os espaços vazios entre as bolas de golfe. O professor voltou a perguntar aos alunos se o frasco estava cheio, e eles voltaram a responder que "Sim".

Após a resposta, o professor pegou uma caixa de areia e a vazou alguma para dentro do frasco. Obviamente que a areia encheu todos os espaços vazios e o prof. questionou novamente se o frasco estava cheio. Os alunos responderam-lhe com um "Sim" retumbante.

O professor em seguida adicionou duas chávenas de café ao conteúdo do frasco e preencheu todos os espaços vazios entre a areia.

Os estudantes riram-se nesta ocasião. Quando os risos terminaram, o professor comentou:
"Quero que percebam que este frasco é a vida. As bolas de golfe são as coisas importantes: a família, os filhos, a saúde, a alegria, os amigos, as coisas que vos apaixonam. São coisas que mesmo que perdêssemos tudo o resto, a nossa vida ainda estaria cheia.

Os fósforos são outras coisas importantes, como o trabalho, a casa, o carro, etc. A areia é tudo o resto, as pequenas coisas.

"Se tivéssemos colocado primeiro a areia no frasco, não haveria espaço para os fósforos, nem para as bolas de golfe. O mesmo ocorre com a vida. Se gastarmos todo o nosso tempo e energia nas coisas pequenas, nunca teremos lugar para as coisas que realmente são importantes. Presta atenção às coisas que realmente importam.

Estabelece as tuas prioridades, e o resto é só areia."

Um dos estudantes levantou a mão e perguntou: - Então e o que representa o café?
O professor sorriu e disse: " Ainda bem que perguntaste isso!

O café é só para vos mostrar que por mais ocupada que a nossa vida possa parecer, há sempre lugar para tomarmos um café com um amigo ".

In Forum da Familia

publicado por SoniaGuerreiro às 16:02

25
Out 07
O conceito de família tradicional parece ultrapassado. O clássico modelo 'pai, mãe e filhos' está a perder cada vez mais terreno para novas formas de organização familiar.
Esqueça-se a concepção tripartida 'pai, mãe e filhos'. O conceito de família na sociedade portuguesa há muito que deixou de caber no rótulo tradicional para se espraiar em muitos outras formas de organização familiar: desde homossexuais dos dois sexos que têm a seu cargo filhos de anteriores relações, a mãe e pais solteiros, passando por casais que conjugam filhos de anteriores uniões com filhos nascidos no seio da nova relação.

Segundo a psicóloga clínica Leonor Santos, a mudança de paradigma começou a dar os primeiros passos entre as décadas de 1970 e 1980. A abertura das mentalidades proporcionada pela Revolução de Abril traduziu-se num número acentuado de divórcios que, por sua vez, deram origem a novas famílias e tipos de união. Aquilo a que o psiquiatra José Gameiro chamou de 'famílias reconstruídas'.

A forma como a sociedade olha para as mais recentes formas de organização familiar mistura abertura com desconfiança, principalmente no que toca às mães solteiras e aos casais de homossexuais. Uma das questões mais enfatizadas pelos reticentes prende-se com a efectiva qualidade de vida das crianças e adolescentes que vivem no seio destas famílias.

De acordo com Rui Marques, da Confederação Nacional de Associações de Famílias, embora a posição da sociedade relativamente às novas formas de organização familiar deva ser de abertura, tal atitude não deve dar azo à negligência. 'Por algum motivo há cada vez mais crianças com falta de aproveitamento escolar e crianças e adultos a recorrer à ajuda do psicólogo. A sociedade parece andar um pouco perdida, há uma crise da família e desta realidade só as gerações mais novas conhecerão o verdadeiro preço.'

Mães e pais ao mesmo tempo
Marta, de 33 anos, é mãe de uma menina de quatro anos. Quando casou não imaginava que, volvidos dois anos, voltaria a casa dos pais, agora com uma bebé de meses nos braços. São eles que repartem com Marta as idas ao infantário ou ao pediatra sempre que esta não pode comparecer por motivos profissionais. O pai da bebé nunca demonstrou interesse em estar com a filha mais do que os dias a que tem direito por lei.

Ainda assim, a designer reconhece que, comparativamente a outras mães solteiras, o suporte de que dispõe é mais a excepção do que a regra. 'Neste momento vivo para a minha filha', explica, acrescentando que o dinheiro que antigamente era gasto em jantares e idas ao cinema, hoje em dia vai todo para as fraldas e para o infantário, 'que é caríssimo'.

O crescimento harmonioso da filha é a sua maior preocupação, daí que tema o rótulo que venha a ser colocado em Inês à entrada para a escola: 'Filha de mãe solteira'.

Mais raros em Portugal são os casos de 'pais solteiros': apenas 3% dos pais detêm a custódia completa dos filhos, de acordo com dados da Associação 26-4. Esta entidade dedica-se precisamente a lutar pelo direito dos homens à custódia dos filhos e a divisões de paternidade mais justas. O próprio nome da associação espelha a diferença de direitos que parece distar entre os dois progenitores: 26 é o número médio de dias que um filho de pais separados passa com a mãe, sobrando apenas quatro dias para privar com o pai.

Mesmo da ínfima percentagem de pais que detêm a custódia total dos filhos, a maioria são viúvos. Havendo mãe, quase sempre esta é preferida.

Amor no mesmo género
Clara tinha 17 anos quando contou à mãe que estava apaixonada por uma colega de turma. 'O querer ser aceite' pela sociedade levou a que, mesmo perante o esboço de uma sexualidade diferente, Clara estivesse com os dois homens que viriam a ser pais dos seus filhos. Hoje com 28 anos, Clara vive com os pais, os dois filhos e duas irmãs. Lá em casa sempre se falou de Isabel, sua companheira há dois anos, da mesma forma descontraída como as irmãs falam dos namorados.

Os ex-companheiros também nunca lhe colocaram entraves nem lutaram nos tribunais para retirar a Clara a guarda das crianças, mesmo depois de saberem que mantinha uma relação homossexual.

A maior discriminação, queixa-se a arquitecta, vem mesmo do Estado e de certas instituições, que tardam a reconhecer a paridade de direitos relativamente aos casais heterossexuais. 'Estou à procura de casa para ir viver com a minha namorada e com os meus filhos e o banco não prevê que eu possa pedir o crédito à habitação em conjunto com ela', queixa-se.

Fabíola Cardoso, presidente do Clube Safo, associação de defesa dos direitos das lésbicas, questiona o que entende a sociedade como 'normal' quando utiliza a expressão para dizer que homossexuais e lésbicas não se enquadram nela. 'É um estereótipo que de tão irrealista quase não contempla nenhum caso. Muitas famílias heterossexuais também não correspondem a esse estereótipo de 'pai, mãe e filhos', afirmou ao EDUCARE.PT a presidente do Clube Safo.

A mesma fonte não rejeita porém que existam diferenças, 'assim como não é a mesma coisa ser filho de um casal de médicos que vive em Faro ou de um casal de agricultores que viva numa aldeia remota de Trás-os-Montes, ou viver com pais que se amam ou que se odeiam'. No entanto, 'uma criança educada por um casal homossexual desenvolve-se cognitivamente e tem uma qualidade de vida e um crescimento tão harmonioso como uma criança criada por heterossexuais. Todos os estudos internacionais apontam nesse sentido', defendeu.

O mesmo se passa em relação ao factor discriminação. 'Se uma criança pode ser discriminada por ter uma mãe ou pai homossexual, a colega do lado também pode ser discriminada porque é gorda'.

De acordo com a presidente da associação, ainda assim e perante o concreto, é mais difícil que as pessoas persistam na discriminação e na ofensa. 'Na maioria das vezes, o que gera a discriminação são o medo e a ignorância. Quem nunca teve contacto com uma situação destas julga-a com estranheza. Depois percebem que um pai ou uma mãe homossexual se preocupam tanto com o filho como qualquer outro pai.'

Apesar de ser um processo que se avizinha moroso, Fabíola Cardoso não tem dúvidas de que, dentro de 20 anos, será mais fácil aos homossexuais serem aceites pela sociedade. Da mesma forma que há 20 anos era muito complicado ser filho de pais divorciados, uma situação que entretanto se banalizou.

De acordo com Leonor Santos, é importante para o desenvolvimento de qualquer criança a presença das figuras materna e paterna, ressalvando porém que 'o mais importante é que os afectos existam', independentemente do tipo de casal que se venha a formar.

Na óptica da psicoterapeuta, a homossexualidade é ainda encarada por muita gente como uma patologia e não como uma opção sexual. 'Hoje em dia fala-se mais de homossexualidade mas daí a aceitar-se vai uma grande distância. Estamos a falar de mentalidades e estas demoram muito a mudar.'

Os meus, os teus e os nossos
Na casa de Maria João vivem dois adultos, duas adolescentes e dois bebés. Uma casa cheia, portanto. Apenas os dois filhos mais pequenos são fruto da relação com o actual companheiro. Quando conheceu Joaquim, a professora já tinha uma menina, hoje com 13 anos. O marido, por seu lado, tinha a seu cargo a guarda de uma filha, da mesma idade, fruto do primeiro casamento.

Durante os cinco anos em que viveu em exclusivo para a filha, Maria João recorda que sentiu algumas vezes o peso da discriminação. 'Senti mais no ambiente profissional e quase sempre por parte dos homens, por não ter o suporte social do marido.'

A entrada do actual companheiro no seu universo deu-se de forma prudente. 'No início senti que a minha filha tinha uns certos ciúmes. Perguntava-me se eu gostava mais dele do que dela mas com o tempo essa desconfiança passou.' De acordo com a psicóloga Leonor Santos, é normal que em situações como esta os primeiros contactos não sejam pacíficos. 'As crianças reservam sempre a secreta esperança de voltarem a ver os pais juntos. Quando surge uma quarta pessoa, é normal que a primeira reacção não seja positiva.'

O falhanço do primeiro casamento leva Maria João a aconselhar a filha a experimentar uma união de facto antes de oficializar uma relação. 'É melhor experimentar primeiro a vivência debaixo do mesmo tecto e dar algum tempo para ver se resulta.'

Com duas raparigas a entrar na adolescência e dois rapazes em plena infância, não é fácil ao casal organizar programas que agradem a uns e outros. O mais recorrente é as duas raparigas irem ao cinema com os amigos e Maria João e Joaquim passearem com os dois pequenos no parque.

Pela sua experiência mas também pelo olhar que lança à sua volta, Maria João não tem dúvidas: a família tradicional está mesmo a mudar. 'Eu, tal como muitas pessoas da minha geração, sou fruto de famílias tradicionais. Já a geração dos meus filhos não vai poder dizer a mesma coisa.'

Governos tentam preservar conceito de família
O conceito de família não vem definido na lei portuguesa, embora o direito a contraí-la esteja consagrado no artigo 36.º da Constituição. Além disso, a palavra 'família' é referida por diversas vezes nas leis portuguesas sobre adopção, maternidade, segurança social e educação.

Há precisamente um ano - na vigência do Governo de Durão Barroso - foi aprovado o 'Plano Global para a Família/Cem Compromissos para uma Política de Família'. Traçado para o biénio 2004/2006, o articulado sustentava que a família constitui 'uma célula fundamental e um valor alienável da sociedade'.

Dentre as medidas preconizadas, estava contemplada a promoção e divulgação de estudos e de diagnósticos 'que identifiquem as causas e analisem as consequências das mutações verificadas no seio das famílias e as suas repercussões na relação conjugal e parental'.

Já o programa de Governo socialista faz o 'reconhecimento da diversidade das situações familiares, o que implica o estudo e acompanhamento das mudanças em curso na família e a definição de tipologias de intervenção adequadas'. Além disso, defende a 'consagração de políticas públicas determinadas por critérios de justiça social nomeadamente no que se refere à progressiva eliminação dos factores que afectam todas as famílias em situações de grande vulnerabilidade social - as pessoas/mulheres sós, sobretudo idosos, as famílias numerosas pobres, as famílias em situação de monoparentalidade, as famílias com pessoas desempregadas, as crianças em situação de risco, as famílias imigrantes e famílias com pessoas portadoras de deficiência'.

In Portal da Educação
publicado por SoniaGuerreiro às 16:42
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22
Set 07

Encontrei uma pessoa que me confessou que a sua família, uma vez por semana, passa uma noite à luz da vela. Tudo começou num dia em que a electricidade faltou. Nessa noite não houve televisão, nem rádio, nem computador. Pais e filhos ficaram juntos em redor de uma vela acesa. O serão foi divertidíssimo, conversou-se, contaram-se histórias e o tempo passou serenamente. A experiência agradou e, a família, a partir desse dia decidiu passar uma vez por semana, a noite à luz da vela.

Actualmente, durante o dia, se retiramos o tempo de sono, as famílias dispõem pouco mais de três a quatro horas para estarem juntas. Habitualmente o (des)encontro tem início ao jantar. As refeições são feitas de televisão ligada para se ver as notícias. Este momento de partilha, por excelência, é assim desperdiçado: a televisão intromete-se, como se de um muro se tratasse. A seguir ao jantar, enquanto os mais novos se isolam no quarto a ouvir musica, a jogar no computador ou a navegar na Internet, os pais continuam hipnotizados pelo televisor, distraindo-se com a novela ou com o reality show do momento. O tempo passa e, sem darem conta, as quatro horas foram consumidas num ápice. No outro dia, a rotina repete-se.

Para existir intimidade entre as pessoas é indispensável que haja partilha. É importante revelar os pequenos acontecimentos que ocorreram durante o dia. Os momentos bons, os maus, as dúvidas, os desejos, as frustrações, enfim., é preciso partilhar. De que outra forma é que nos podemos conhecer uns aos outros? Se perdermos este hábito como é que os pais podem acompanhar o que se passa com os filhos? E o casal, como é que pode ter intimidade se não existir diálogo?

Nos dias de hoje não se discutem em casa os vários assuntos da actualidade; assistimos na televisão aos debates que os outros fazem por nós. As crianças têm cada vez menos espaço para a imaginação. Não brincam aos polícias e ladrões, ou aos príncipes e princesas, preferem jogar em frente a um ecrã um jogo que alguém imaginou para eles. Os adolescentes não procuram pedir aos pais opiniões e conselhos, em vez disso pesquisam na Internet. Acaba por ser mais cómodo para os pais, porque assim, pelo menos não os aborrecem com perguntas difíceis.

Se reflectirmos um pouco, percebemos que vivemos numa sociedade de consumo que procura a todo o custo apoderar-se do nosso tempo livre e captar a nossa atenção, apenas com um objectivo: obrigar-nos a consumir. É assustador o número cada vez maior de horas que os adultos, jovens e até as crianças passam por dia a ver televisão e em frente ao computador. O tempo acaba por ser destinado quase em exclusividade para satisfazer necessidades narcísicas já que a outra pessoa fica excluída.

Ninguém tem dúvidas que isto tem consequências na relação entre pais e filhos. Mas, a relação entre o casal também fica atingida. Muitos casamentos acabam por definhar com o tempo, por que não há comunicação. O diálogo e a partilha são indispensáveis para que haja intimidade entre as pessoas. Há coisas que têm que ser ditas. Nalguns casos o silêncio pode ser corrosivo e devastador.

Um casal que atravessava uma grave crise conjugal apresentou-se ao médico para tentar fazer uma terapia de casal. Uma das queixas apresentadas pela mulher era que estava casada há trinta anos e o marido nunca lhe tinha dito, durante aquele tempo, que a amava. Por isso, ela sentia-se profundamente infeliz e insegura. O marido com alguma indiferença respondeu - Disse-lhe que a amava no dia do casamento, como não mudei de ideias, não vejo a necessidade de me repetir.

Prescrição médica: «Uma noite por semana à luz da vela».

 

Pedro Afonso, psiquiatra
publicado por SoniaGuerreiro às 18:59
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27
Mai 07

O cunhado Costa deu uma queda terrivel, caiu dum poste, de uma altura de 7 metros e ainda levou com o poste em cima! Partiu uma vertebra e tem um tendão atrofiado no braço direito, continua no hospital e sem previsão para sair, uma vez que o nosso Hospital tem uma excelente organização (de merd....., mesmo)!

publicado por SoniaGuerreiro às 17:00
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15
Mai 07

Faz hoje precisamente 4 anos que perdi uma das coisas mais lindas que tinha na minha vida, a minha Avó Nena!

ESTARÁS SEMPRE COMIGO!

publicado por SoniaGuerreiro às 11:16
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07
Dez 06

Se fosse viva, a minha querida avó fazia hoje 93 anos! Ai como eu tenho tantas saudades dela!

Aquelas mãos de fada eram inconfundiveis, em todos os sentidos, para o carinho que ela nos dava ao passar as mãos nas nossas faces, na costura, era um ás, na cozinha, como mãe, como avó, como tia, como irmã, como sogra, enfim, em tudo.

A minha Avó Nena sim, posso dizer para toda a gente ouvir, era uma SANTA!

Mas enfim, a vida leva-nos tudo de bom!

Beijos eternos desta neta que nunca te esquece!

publicado por SoniaGuerreiro às 10:22
música: ...
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28
Nov 06
Já voltou á vidinha normal dela, graças a Deus e á grande força que ela tem! Beijos grandes para ela que eu tanto adoro!
publicado por SoniaGuerreiro às 10:46
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18
Out 06

Estamos numa fase das nossas vidas em que a ansiedade corre-nos no sangue a 100 á hora, por um lado desejando que a isa e a minha mãe voltem ao seu ritmo de vida normal e por outro lado que a ritinha nasça........... só espero é que tudo corra pela normalidade!!

Um grande beijo para as mulheres da minha vida (filha, mae, manas e sobrinha)!!!!!!!!!!!!

publicado por SoniaGuerreiro às 23:20
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