28
Ago 07

Ideias para ajudar os seus filhos a entrar no novo ano lectivo “com o pé direito”

Muitos anos da sua vida foram passados na escola. A estudar, a fazer exames, testes, provas de admissão para a faculdade e, sobretudo a aprender com os professores.

Mas não pense que se livra facilmente da vida escolar. Se já não os tiver, um dia que tenha filhos, vai voltar a sentir na pele (através dos seus filhos, claro) uma espécie de reinicio da vida escolar.
Afinal, não só está a criá-los como pessoas mas também como estudantes.

As aulas estão quase a começar, por isso reunimos um conjunto de ideias para ajudar os seus filhos a entrar no novo ano lectivo “com o pé direito”.

1. Acorde-o mais cedo
Se o seu filho tiver como desporto preferido dormir durante grande parte da manhã, comece a acordá-lo mais cedo uma ou duas semanas antes das aulas começarem para a criança se habituar ao ritmo que o espera.

2. Ajude-o a organizar-se
Ensine o seu filho a organizar tudo na noite anterior. Ou seja, a preparar a mala dos livros e canetas, bem como a roupa que vai vestir. Com isto evitará com que volte atrás porque se esqueceu do caderno ou que perca tempo, de manhã, à procura do livro de português. Se o seu filho for muito desorganizado, lembre-se que muitos desorganizados entendem-se muito bem na própria desorganização., pelo que não o force a ter posturas que o prejudiquem.

3. O melhor da escola
Muitas crianças ficam angustiadas com o regresso à escola. Deste modo, lembre-lhe as coisas boas. Diga-lhe que vai voltar a ver os colegas. Pode também deixar que ele escolha os cadernos e as canetas.

4. Tempo para tudo
Habitue-o a organizar o tempo, por forma a conseguir estudar, ver televisão, estar com os amigos, ler... Explique-lhe que não pode chegar a casa e enfiar-se no quarto a jogar no computador e deixar de fazer os trabalhos de casa por fazer. E, acima de tudo, defina um local específico para ele estudar.

5. Trabalhos para casa, esses famosos TPC
Para muitas crianças, os TPC são uma verdadeira “odisseia”. Por vezes, adiam ao máximo e muitos acabam por não os fazer... Não tem problema em ajudar o seu filho a fazer os trabalhos de casa, desde que não lhe faça a “papinha” toda.


 

In Sapo Mulher

publicado por SoniaGuerreiro às 18:21

Remax lança plano de apoio a famílias com dificuldades em cumprir prestação do crédito habitação

A imobiliária Remax vai prestar assessoria aos clientes com dificuldade em pagar a prestação mensal do crédito à habitação, propondo outro tipo de crédito ou, mesmo, uma troca de casa para que passem a pagar um valor inferior.

A iniciativa, a divulgar quarta-feira em conferência de imprensa, em Lisboa, visa responder "à actual situação do crédito em Portugal, agravada durante o mês de Agosto pela crise hipotecária nos Estados Unidos", disse à agência Lusa o presidente executivo da imobiliária, Manuel Alvarez.

Segundo adiantou o responsável, este "plano de apoio" da Remax dirige-se às famílias portuguesas "que já adquiriram ou querem adquirir casa num cenário de agravamento das taxas de juro e maior dificuldade no acesso ao crédito para compra de habitação" e estará a partir de quarta-feira disponível em todas as agências da imobiliária no país.

"Muitas famílias não estão a conseguir chegar ao fim do mês, ou estão a fazê-lo com muita dificuldade", afirmou Manuel Alvarez, salientando que em cada agência da Remax passará a existir um especialista financeiro disponível para analisar cada situação e apontar a solução mais adequada.

"O que se pretende é que os nossos clientes continuem a ser proprietários de uma casa, mas cheguem ao fim do mês com capacidade para enfrentar outras despesas além da prestação mensal do crédito à habitação", disse.

Conforme explicou, a Remax começará por analisar o crédito contratado pelo cliente, verificando se serão possíveis outras condições que se traduzam numa prestação mensal inferior.

Nalguns casos, a imobiliária poderá mesmo recomendar a venda da actual habitação e a aquisição de uma outra, "com a mesma tipologia e adaptada às necessidades do cliente, mas que permita o pagamento de uma prestação mais baixa".

"Às vezes, a troca de casa poderá resolver o problema de uma família", sustentou Manuel Alvarez, destacando a importância da experiência da Remax nesta área, com os seus 20 mil clientes e 30 mil angariações.

Aliás, frisou, é precisamente a este nível que a assessoria da Remax se distingue da que poderia ser prestada pela banca e por outras instituições financeiras.

"Os bancos e as financeiras não são imobiliárias, pelo que não conseguem atacar a raiz do problema, limitando-se a mudar o tipo de crédito", sustentou.

De acordo com o presidente executivo da Remax, o lançamento deste novo serviço de assessoria da imobiliária implicou a formação, ao longo dos meses de Julho e Agosto, de vários funcionários na área financeira.

O novo serviço da empresa vai agora ser publicitado em 'spots' televisivos, na rádio e em 'outdoors', passando a estar disponível já a partir de quarta-feira.

"Não pretendemos, com isto, vender mais casas, mas ajudar os clientes a fazer contas que, sozinhos, não conseguiriam fazer", concluiu.


 

In Lusa

 
publicado por SoniaGuerreiro às 18:05
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24
Ago 07

Como reconhecer numa mulher, quando sua limpeza para com a casa e a família é um ato normal ou patológico? Ouço essa pergunta com freqüência.

Ser cuidadosa com a limpeza da casa e com os familiares, é um dever e uma necessidade da dona-de-casa preocupada com a saúde e o bem-estar dos seus. É saudável que nossas roupas sejam limpas e bem passadas, que nossos alimentos sejam feitos e também cheguem à mesa com asseio, assim como o ambiente doméstico precisa de indispensáveis cuidados no dia-a-dia. A pessoa da gestora familiar e de todas as mulheres seja lá em que profissão atuar, necessita manter sua limpeza pessoal, isso todo mundo sabe.

A patologia está instalada quando se verifica o excesso e a repetição. A mulher que limpa, limpa, o que já está evidentemente limpo, está tentando limpar uma sujeira que só ela enxerga, ou pensa que vê.

Os exemplos de casos reais se sucedem interminavelmente, como o da mulher que mantinha a casa numa limpeza extrema e lavava os filhos até feri-los, mas descuidava da sua limpeza pessoal.

A que lavava as verduras com detergente.

Outra, quando ficava menstruada, introduzia a mangueira de água do jardim na vagina, para lavar toda “sujeira” de uma vez.

As crianças que têm que brincar na rua ou na casa dos amigos, porque a mãe os proíbe de brincar ou receber os amiguinhos em sua própria casa, para, segundo ela, “não sujar nem desarrumar a casa”.

Maridos que evitam receber amigos, só para não agüentar a reclamação da mulher sobre a “bagunça” que fica a casa quando isso acontece. Outros que ficam boquiabertos quando, mal terminam o ato sexual, vê sua parceira partir em disparada para o banheiro e tomar banho dos pés à cabeça, se esfregando furiosamente.

Os casos de mulheres compulsivas por limpeza que compõem a clínica da obsessão, ao mesmo tempo que variados, são repetitivos. As maneiras de externar o sintoma são variadas, mas, geralmente, se traduzem em idéias obsessivas, compulsões e rituais que se repetem como para se defender de impulsos.

Nem sempre se percebe quando a mulher está acometida pela compulsão de limpeza, pois no princípio ela até recebe elogios por ser tão primorosa com ela mesma e com seus afazeres. Somente depois é que as pessoas começam a notar que há algo de estranho naquele excesso de limpeza.

Com o tempo ela mesma percebe que não está bem, pois aquele excesso de repetição acarreta um desgaste muito grande, tanto físico quanto emocional e é nessa hora que algumas vão buscar a psicoterapia.

Há as que até admitem que estão doentes, mas não procuram ajuda. Quando se dão conta, o tempo passou, as crianças cresceram e elas constatam que, apesar de tudo estar sempre impecavelmente limpo, não teve uma família feliz, pois sua doença não deixou que marido, filhos, nem ela se sentissem à vontade, desfrutassem do ambiente familiar e a vida social também foi prejudicada. A pessoa que padece dessa compulsão vai se isolando cada vez mais.

Se não é uma sujeira real, o que tanto limpam essas mulheres?


 

In Portal Dominio Feminino
publicado por SoniaGuerreiro às 18:23

Faça mais do que existir - VIVA.
Faça mais do que tocar - SINTA.
Faça mais do que olhar - OBSERVE.
Faça mais do que ler - ABSORVA.
Faça mais do que escutar - OUÇA.
Faça mais do que ouvir - COMPREENDA.
(John H. Rhoades)

publicado por SoniaGuerreiro às 12:19

22
Ago 07

Não temos tempo para os filhos.

Temos tempo para muitas coisas, mas não temos tempo para os filhos.

O tempo é um bem escasso, a vida está difícil, trabalhamos imenso e nem assim conseguimos tornar sossegada a hora de fazer contas aos dinheiros quando se aproxima o final do mês.

Gostamos muitíssimo dos nossos filhos, mas não temos tempo para os ver crescer, para os ajudar a crescer.

A vida é agitadíssima. É para dar aos filhos melhores condições que nos matamos a trabalhar. Assim poderemos dar-lhes mais coisas. É por isso que muitas vezes ficamos a trabalhar depois da hora.

O tempo não chega para tudo...

A verdade é que arranjamos desculpas como estas com enorme facilidade. Com elas conseguimos acalmar a nossa consciência e, até, convencermo-nos do nosso heróico papel, quase digno de um mártir desses que sofrem em silêncio durante uma vida inteira pelo bem da humanidade...

Entretanto - sejamos claros - vamos semeando pelo mundo crianças que cresceram sem pais: seres obrigados a entenderem o mundo - e a entenderem-se a si mesmos - na mais absoluta solidão.

Devíamos abrir os olhos para duas coisas:

Os filhos - enquanto não os tivermos estragado totalmente - estão-se nas tintas para todas aquelas coisas maravilhosas - e desnecessárias - que nós lhes possamos comprar com o dinheiro todo que conseguimos ganhar no tempo em que devíamos estar em casa. Mesmo que se trate dos brinquedos mais badalados lá na escola, com direito a anúncios na televisão e tudo. Mesmo que se trate da última moda de comodidades tecnológicas.

Preferem uma boa conversa com o pai, um passeio no sábado à tarde, um jogo em família ao serão.

Porque - enquanto não os tivermos corrompido com o nosso materialismo - eles sabem muito bem, embora possam não ser capazes de o explicar, que o importante é aquilo que uma pessoa é e não aquilo que uma pessoa tem. Sabem isso por instinto, do mesmo modo que nós já soubemos e depois esquecemos.

Em segundo lugar, devíamos entender que não temos o direito de viver à sombra da desculpa de não termos tempo.

Temos tempo.

O pai tem tempo para ver o futebol, o jornal ou o telejornal. E a mãe tem tempo para a novela. E ambos têm tempo para conviver com os amigos. E para muitas outras coisas.

Temos tempo para aquilo que nos agrada e não nos dá demasiado trabalho.

Os cafés estão cheios de pais que não têm tempo para estar com os filhos. E os cabeleireiros e lojas de comércio estão cheios de longas conversas, muitas vezes ociosas.

Acontece por vezes que um dos filhos quer contar em casa uma coisa que se passou na escola e o preocupa - ou deseja perguntar acerca de algo que ouviu, na televisão ou a um amigo, e não entende - mas a resposta que obtém é que "agora não", ou outra resposta mais amarga. Porque naquele momento há o jornal ou a televisão, ou qualquer outra coisa ...

Fica para depois. Para um depois que acaba por não acontecer nunca.

Portanto... não conhecemos os filhos. Ficamos aflitos - porque gostamos muito deles - quando, para nossa surpresa, atravessam a crise da adolescência, ou outra crise qualquer, talvez provocada por companhias menos recomendáveis. E quando então lhes pedimos que nos contem aquilo que os aflige, que desabafem connosco, verificamos... que não são capazes de o fazer.

E há então silêncios, dolorosos e profundos, que não deviam existir numa família.

Enquanto cresceram não se habituaram a contar aos pais - havia o jornal, a ausência ou a televisão pelo meio - todas as coisas que foram surgindo na sua vida solitária. E agora é demasiado tarde.

Devíamos abrir os olhos. A única razão para o nosso comportamento é a nossa cobardia e o nosso comodismo.

Existe porventura motivo para que seja a escola a dar "educação sexual" aos jovens, substituindo a família nessa tarefa que apenas a ela compete? Que género de pais somos nós?

Somos cobardes, é o que é.

E somos comodistas.

Criar um filho significa muito mais do que dar-lhe de comer e de vestir e levá-lo ao médico. Há todo um convívio - um viver com os filhos - que deve existir no dia a dia.

E, nesse viver constantemente lado a lado, a pessoa do pai verte-se na pessoa do filho, ensinando-o a olhar para o mundo, ajudando-o a construir a sua personalidade e a adquirir virtudes. Auxiliando-o a desenvolver as suas qualidades e a dar-se com as outras pessoas.

Ensinando-lhe o que são a vida, o sofrimento, o amor e a morte.

Todos os acontecimentos do dia a dia servem para essa finalidade. Os pais devem estar ao lado dos filhos nos problemas e nas dificuldades, que são sempre grandes e importantes. Mesmo quando parecem não passar de "coisas de crianças".

Dar a vida a um novo ser é apenas um começo. É preciso depois edificá-lo.

E isso dá muito trabalho.

É talvez a tarefa mais difícil do mundo, mas também a mais bela.

Cabe-nos o dever - e a honra - de a realizar.

 

Paulo Geraldo

publicado por SoniaGuerreiro às 10:00

21
Ago 07
1. Desenvolvimento psicológico

1.1. Gosta da rotina porque faz sempre o mesmo.

1.2. É mais deliberativa que a criança de 4 anos. Pensa antes de falar.

1.3. É séria a respeito de si mesma e impressiona-a muito a capacidade de assumir responsabilidades.


1.4. Gosta de imitar os outros.


1.5. Encontra-se feliz no seu mundo, porque se sente cómoda consigo mesma e com o ambiente: encontrou o equilíbrio.


1.6. Grande observadora e imitadora do que observa.


1.7. Agrada-lhe fazer as coisas à sua maneira, mas também quer agradar ao adulto e fazer as coisas bem.


1.8. No que respeita à verdade, as histórias fantásticas e os exageros continuam.


1.9. Começa a distinguir o real do imaginário e às vezes sabe que está enganada.


1.10. Sonhos e pesadelos invadem muitas vezes o seu sono. Às vezes começa a falar enquanto está a dormir, nomeando algum membro da família.


1.11. Possui bom humor que se intensifica facilmente perante algo aliciante.


1.12. Começa a interiorizar o sentido da obediência, mas nela nem tudo é doçura e obediência.

1.13. Interesse por experiências imediatas. Realista. Empreende aquilo que está dentro das suas possibilidades.

1.14. Moderada, séria, dotada de capacidade de imitação da conduta dos adultos o que a ajudara no seu processo de socialização.

1.15. Tem medo da escuridão e dos ruídos.

2. Âmbito escolar

2.1. Maior estabilidade nas aulas. Princípio do ensino formal.


2.2. Usa a imaginação para pintar, criar, etc.


2.3. Quando se lhe dão os meios necessários, sabe trabalhar individualmente.


2.4. Não é comunicativa acerca da sua vida escolar.


2.5. É capaz de participar em actividades dirigidas: podem-se-lhe explicar actividades simples para que realize.


2.6. Nas actividades dirigidas incluem-se: a leitura, a escrita e os números (cálculo); estes últimos relacionados, inicialmente, com os seus jogos e interesses.


2.7. Maior concentração no seu trabalho.


2.8. Começa a cooperação entre as crianças.


2.9. Gosta de explicar o seu próprio trabalho para receber a aprovação dos adultos que estima.




3. Actividades das pessoas implicadas na sua educação

3.1. Ajudar a que demonstre a sua eficácia através de ordens simples e de pequenas ajudas.

32. Estimular, fomentar e orientar o seu bom humor.

3.3. Usar de sinceridade nas respostas que nos pede e exige.

3.4. Possui boa capacidade para se lhe ensinar a tocar instrumentos e criar composições simples.


3.5. Está numa fase em que a figura da mãe ocupa o centro do seu universo. Essa imagem será o meio que canalizara a sua formação e educação.


3.6. Entregar-lhe os objectos necessários para que trabalhe sozinha.


3.7. Procurar conhecer as características peculiares e individuais da criança, bem como as suas aptidões e carácter, para se poder orientar correctamente a sua personalidade e desenvolver as suas potencialidades.


3.8. Ajudá-la a concentrar-se durante algum período de tempo numa actividade para que aprenda a educar a sua atenção.

3.9. Apoiá-la e orientá-la continuamente em todos os campos e actividades.


3.10. Não levar muito a sério os seus "contos". Normalmente são o produto de não distinguir claramente o real do imaginário.

3.11. É uma etapa em que a criança está naturalmente aberta à actuação pedagógico-formativa dos pais e educadores.

3.12. A sua actividade e maturidade motriz capacita-a para a iniciação em determinados tipos de desportos.

3.13. É necessário que constantemente, em cada coisa que faz bem, seja elogiada e aplaudida.

3.14. Contar e ler-lhe histórias formativas que despertem a sua imaginação e a ajudem a fomentar o hábito da leitura.

3.15. Proporcionar-lhe, continuamente, experiências novas e concretas de acordo com a sua idade, pois está aberta a receber novos conhecimentos.
publicado por SoniaGuerreiro às 10:30
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20
Ago 07

Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão
Porque os outros têm medo mas tu não

Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.

 

(Sophia de Mello Breyner)

publicado por SoniaGuerreiro às 22:03
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É pelos filhos que os esposos se superam a si mesmos e superam a sua felicidade. A condição da grandeza moral é superar-se. E são principalmente os filhos que estimulam os esposos a esta grandeza.

Os esposos sem filhos correm o risco de fechar-se num egoísmo a dois, por vezes muito mais perigoso que o egoísmo solitário, por mais subtil e mais facilmente colorido duma aparente dedicação pelo outro cônjuge. O filho introduz na comunidade um terceiro membro que obriga continuamente a renunciar a preferências. Introduz, pois, na vida conjugal o elemento de sacrifício que toda a pureza moral postula, mas introdu-lo com um tal potencial natural de afeição que o sacrifício pelo filho se torna um sacrifício amado. Esta é a razão por que muitos daqueles a quem repugna o sacrifício em qualquer outra matéria, o aceitam logo que se trata de um filho seu. O filho é a escola do sacrifício para a imensa maioria da humanidade, a única capaz de a elevar a um certo nível de pureza.

Mas, para aprender a dar-se deste modo, um único filho é muitas vezes ineficaz. É-o quase sempre, quando é voluntariamente único, porque os pais que só querem um filho, só o querem para si próprios: o filho único é o filho do egoísmo.

Os pais que querem um filho, e não querem mais nenhum, desejam-no para satisfazer a sua vontade de continuar-se, para animar as suas vidas com uma presença jovem. E como estes sentimentos se satisfazem fundamentalmente com o primeiro filho, sem que este lhes imponha muitos sacrifícios, o filho, nestas condições, só oferece vantagens. E o mesmo se pode dizer do segundo. Há muitos esposos que quereriam ter um filho e uma filha, e procuram tê-los, dispostos, porém, a não continuar a experiência se o primeiro resultado não é satisfatório porque, se têm mais de dois filhos, arriscam-se a ter de se arrepender.

O filho único não revolve a vida dos pais; enxerta-se nela. Decora-a e anima-a. Desempenha, de uma maneira incomparavelmente superior, a função que o cão ou o gato desempenham nas casas das pessoas sem filhos, e dão, além disso, aos esposos a alegria de se perpetuarem. Sob o ponto de vista do egoísmo, o filho único, ou mesmo o filho e a filha, são a maior felicidade que o homem pode alcançar, e não obrigam ao esquecimento de si próprio a não ser na medida em que com isso se encontra uma nova fonte de prazeres mais refinados.

É geralmente com o terceiro filho que o peso da paternidade começa a fazer-se sentir, sem a compensação de um prazer proporcionado, porque esse prazer não aumenta apreciavelmente com três filhos em vez de dois, ao passo que o peso continua a aumentar. A alegria de uma família numerosa é uma alegria essencialmente moral, que só pode saborear-se quando se possui um certo nível de pureza. Aqueles que só pensam em si próprios e para quem a felicidade se reduz a prazeres materiais ou a satisfações de vaidade ou de orgulho, não apreciam a alegria generosa de ver multiplicar-se a vida à sua volta, e por meio deles.

Pode dizer-se que o filho só é moralmente útil aos pais na medida em que lhes impõe renúncias. E a vida dos pais de família numerosa pede inúmeras renúncias, a começar, para a mãe, pelos incómodos da gravidez e as dores de parto. Mesmo os pais suficientemente ricos para terem quem os sirva, precisam de modificar o seu teor de vida quando têm numerosos filhos.

Certamente, conhecem-se pais que dão filhos ao mundo com prodigalidade e desinteressam-se deles, abandonando-os à rua e à escola, nas classes populares, ou a assalariados, nas classes aristocráticas. São, claro está, maus pais. Mas é impossível que os pais se ocupem dos seus filhos, mesmo que não tenham mais de três ou quatro, sem que sejam obrigados a viver de um modo diferente daquele em que viveriam se os não tivessem.

A família numerosa impõe, por isso, aos pais uma transformação da sua vida. São disso recompensados pelas alegrias que vêm depois, mas, de momento, essa transformação impõe-lhes renúncias, e na trama da existência quotidiana, o sacrifício de mil pequenas facilidades. Mas é isso precisamente o que os obriga a elevarem-se acima de si próprios.

Dizer que o valor moral da paternidade e da maternidade começa quando o filho impõe mais sacrifícios do que as alegrias sensíveis que dá, é apenas verificar que a regra moral habitual da purificação pelo sacrifício se aplica ao matrimónio como a todas as coisas. O filho único é ineficaz para este fim, e levanta, como notámos mais de uma vez, difíceis problemas de educação.

Porque a família moralmente salutar para os pais, é-o também para os filhos. Numa família numerosa, se bem que moderadamente, cada um dos filhos tem de acertar o passo pelo passo dos outros e sacrificar os gostos pessoais em cada momento, tem de adaptar-se ao carácter dos seus irmãos e irmãs.

O filho único corre sempre o perigo de ser ao mesmo tempo mimado e asfixiado. Mimado, porque os pais, tendo-o só a ele, curvam-se perante os seus caprichos, e tudo o que fazem por ele fazem-no só para ele; asfixiado, porque vive de maneira demasiado exclusiva com os pais, os quais, desejando tê-lo consigo e podendo levá-lo a quase toda a parte sem se incomodarem, fazem dele o seu companheiro; e porque é prejudicial para a criança viver num ambiente preponderantemente constituído por pessoas crescidas. A educação do filho levanta, por isso, problemas difíceis.

Os que propositadamente não quiseram mais de um filho, raramente vencem estas dificuldades, porque são folgazões e egoístas e, por consequência, muito pouco dispostos a sacrificar-se. Para educar com êxito um filho único, é preciso ter a coragem de afastá-lo de si, de organizar-lhe uma vida entre crianças da sua idade, o que se não pode conseguir no lar. Pais que desejariam fundar uma família numerosa e só têm um ou dois filhos porque lhes foi impossível ter mais, podem, pelo contrário, ter a necessária generosidade; mas também eles terão de lutar contra a inclinação natural do coração, que os leva a desejar os filhos junto de si, a crer que são bons pais na medida em que se preocupam constantemente deles e lhes proporcionam tudo o que eles podem desejar.

O bom amor conjugal aspira à glória da fecundidade e põe nela o seu orgulho. Mas a glória da fecundidade não é uma fecundidade por conta-gotas. É uma fecundidade abundante, que aspira à abundância e pede razões, não para ter filhos, mas para limitar o seu número.

Queremos referir-nos àqueles esposos, tão numerosos nos nossos dias, que, mesmo antes do seu casamento se deixam assaltar pelo temor de vir a ter muitos filhos. É certo que inúmeras circunstâncias podem fazer com que se não tenham tantos filhos como se desejariam, que se deva mesmo em certas circunstâncias evitar tê-los; mas apenas se pode julgar de uma maneira sã acerca destes problemas quando se possui um desejo geral, vivo e generoso, de dar a vida o mais abundantemente possível. Prever com um cuidado excessivo todos os inconvenientes de um novo nascimento ou mesmo de nascimentos ainda afastados, que talvez nunca se venham a dar, é sintoma de uma alma estreita, vergada sobre si mesma, incapaz de generosidade.

Seria mais salutar o receio oposto, o de não ter bastantes filhos, o de não vir a tê-los em número suficiente para satisfazer a ambição de uma família abundante, rica de contacto entre personalidades diferentes e desenvolvendo-se no mesmo lar. Porque há muitas causas - físicas, sociais, económicas-, que impedem de ter tantos filhos como o exigiria o total desenvolvimento familiar. Mas este mesmo receio leva a admitir nos esposos outras aspirações que não a do estrito cuidado da sua comodidade.

A família numerosa não é apenas fecunda em filhos, mas também em alegrias. Não falaremos agora da felicidade que é, para os filhos, uma família numerosa.

Para os pais, não há alegrias que se possam comparar à de ver crescer no seu lar filhos que são seus, que reproduzem os seus traços, os seus caracteres, que continuam a sua tradição, segundo os diversos modos de ser dos rapazes e das raparigas, com o contraste de caracteres que se observa a par das semelhanças pelas quais os laços de sangue se manifestam. Esta alegria é acompanhada - como todas as alegrias construtivas - de desgostos e de cuidados, mas não há beleza comparável à do ser humano que se desenvolve, nem orgulho comparável ao de ter sido o seu autor.

A atitude altiva neste domínio vem ligada a todo um estado de alma, misto de altivez e de entusiasmo perante a vida, a uma pureza da alma que deseja realizar neste mundo toda a obra de beleza de que é capaz. A mulher, em particular, que mais do que o homem está ligada ao lar, sente mais do que ele, na sua alma, a perda do orgulho da maternidade e da clara visão da sua grandeza.

 

 

(Jacques Leclercq)

publicado por SoniaGuerreiro às 21:53

" Pressentimento "

O fim do nosso amor pressenti - na agonia
das tuas próprias cartas, rápidas, pequenas...
- se nem tantas, com carinho imenso te escrevia
tão poucas me chegavam por reposta apenas...

Nas cartas que a sofrer, te escrevia, às dezenas
adiava a realidade sempre, dia a dia,
procurando iludir em vão as minhas penas
muito embora eu soubesse o quanto me iludia!

Hoje... já não foi mais surpresa para mim,
dizes (como quem tem piedade), que é melhor
não continuarmos mais... e tens razão: é o fim...

Há muito eu o esperava e o pressentia no ar...
Chegou... que hei de fazer?... Foi bom... Seria Pior
se ele não viesse nunca... e eu ficasse a esperar...


( Poema de JG de Araujo Jorge extraído do livro
"Os Mais Belos Poemas Que O Amor Inspirou"
publicado por SoniaGuerreiro às 18:19
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A pessoa humana tem gravada no seu interior a necessidade de ser conhecida e amada, de conhecer e amar outros. Necessitamos de que os outros nos conheçam, nos compreendam, nos aceitem e nos amem. E necessitamos conhecer, compreender e amar os outros. A pessoa humana está feita para este diálogo com outras pessoas. Mas há diversos tipos de amor: por exemplo, o amor entre pais e filhos e o amor da amizade entre amigos são amores diferentes. Há coisas que se contam aos país e há outras que se contam aos amigos. Necessitamos do carinho dos nossos pais para umas coisas e do dos nossos amigos para outras. Mas não basta essa amizade. A pessoa humana necessita entregar-se, dar-se a conhecer e amar de uma maneira mais profunda, total. Isso só é possível entre um homem e uma mulher, ou entre uma pessoa e Deus.

Esse amor total inclui a pessoa toda, tanto a sua alma como o seu corpo. Nesse amor, uma pessoa pode dizer e exprimir tudo, até o mais íntimo, porque o outro vai compreendê-la e aceitá-la tal como é. Há uma confiança absoluta que permite e exige que se abra totalmente e requer também receber do outro com essa absoluta confiança, tal e como é. Isto é o que se chama amor conjugal.

Aqui intervém também o corpo, porque intervém toda a pessoa. Por isso, se Deus pede a uma pessoa todo o coração, pede-lhe também o corpo, e por isso essa pessoa não deixa que o seu coração se apegue a outra, nem se casa (é o caso de um sacerdote, por exemplo). E, quando esse amor é entre um homem e uma mulher, é também um amor total. Nesse caso, a entrega a Deus passa necessariamente pela entrega ao outro cônjuge. Entregam-se um ao outro completamente, alma e corpo, por isso o corpo joga um papel essencial. É o amor conjugal.

publicado por SoniaGuerreiro às 17:55

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