Alegadamente e supostamente são palavras caras. Difíceis de pronunciar. Ocupam espaço numa folha e atrapalham um directo. A mediatização dos nossos dias impõe factos, decisões. Carne ou peixe, nunca arenque fumado.
O tempo dos governos, das polícias, das instituições, deve ser outro. Pede ponderação e não governação em directo. Pede cautela e não criminosos fast-food. Mas a opinião publicada e encartada, sempre sabichona quanto às vontades e necessidades da opinião pública, exige respostas, acusações, sentenças. Numa palavra: factos. Mesmo quando só há dúvidas. Mesmo quando a dignidade das situações e o respeito pela verdade exigem responsabilidade (não confundir com silêncios).
O caso Maddie é uma espécie de ratatouille mediático. Com os ingredientes indispensáveis ao toque provinciano.
A televisão terá sido chamada antes da polícia.
A histeria antecipou-se à razão.
O «Live Maddie» conquistou o mundo. De caminho, conquistou também os bolsos dos bem intencionados. E até de um jornalismo dito «de causas», sendo que «as causas» de algum jornalismo ignoram consequências.
Do nada, apareceram especialistas de tudo. Do DNA às expressões faciais, passando pela investigação criminal.
O desfile de criminalistas faz inveja à Moda Lisboa. Em cada cidadão há um detective. Tal como nos estádios, abundam os treinadores de bancada para quem os jogos que não se ganham logo aos primeiros 5 minutos revelam a incompetência de quem manda.
As teorias da conspiração sobre o caso Maddie saltaram da mesa de café para o horário nobre. Discute-se em directo como se falássemos entre duas garfadas de um arroz de favas.
Surfamos a crista da onda sem sequer nos questionarmos se sabemos nadar. Mas há coisas fantásticas, não há?
Os «bons» pastores teceram a teoria do rapto de Maddie sem «ses» nem «mas». Pior: sem permitir aos outros os «ses» nem os «mas». Sempre pensando em frente, nunca pensando ao lado, acto obviamente menos preguiçoso e mais exigente. São os mesmos que agora parecem ter todas as certezas sobre a «culpa» dos pais da pequena Maddie. Onde antes lançaram balões, puxam agora da culatra. Onde antes não questionaram, agora querem saber porquê.
O rebanho é igual em Inglaterra e em Portugal. Em qualquer parte do mundo segue sempre os seus «bons» pastores. As ovelhas negras, essas, não têm a pretensão de indicar o caminho nem que a razão as acompanhe. Tal como Régio, não sabem por onde vão. Sabem apenas que não vão «por aí». Andam sozinhas, é um facto. Mas felizmente nunca se tresmalham.
O tempo dos governos, das polícias, das instituições, deve ser outro. Pede ponderação e não governação em directo. Pede cautela e não criminosos fast-food. Mas a opinião publicada e encartada, sempre sabichona quanto às vontades e necessidades da opinião pública, exige respostas, acusações, sentenças. Numa palavra: factos. Mesmo quando só há dúvidas. Mesmo quando a dignidade das situações e o respeito pela verdade exigem responsabilidade (não confundir com silêncios).
O caso Maddie é uma espécie de ratatouille mediático. Com os ingredientes indispensáveis ao toque provinciano.
A televisão terá sido chamada antes da polícia.
A histeria antecipou-se à razão.
O «Live Maddie» conquistou o mundo. De caminho, conquistou também os bolsos dos bem intencionados. E até de um jornalismo dito «de causas», sendo que «as causas» de algum jornalismo ignoram consequências.
Do nada, apareceram especialistas de tudo. Do DNA às expressões faciais, passando pela investigação criminal.
O desfile de criminalistas faz inveja à Moda Lisboa. Em cada cidadão há um detective. Tal como nos estádios, abundam os treinadores de bancada para quem os jogos que não se ganham logo aos primeiros 5 minutos revelam a incompetência de quem manda.
As teorias da conspiração sobre o caso Maddie saltaram da mesa de café para o horário nobre. Discute-se em directo como se falássemos entre duas garfadas de um arroz de favas.
Surfamos a crista da onda sem sequer nos questionarmos se sabemos nadar. Mas há coisas fantásticas, não há?
Os «bons» pastores teceram a teoria do rapto de Maddie sem «ses» nem «mas». Pior: sem permitir aos outros os «ses» nem os «mas». Sempre pensando em frente, nunca pensando ao lado, acto obviamente menos preguiçoso e mais exigente. São os mesmos que agora parecem ter todas as certezas sobre a «culpa» dos pais da pequena Maddie. Onde antes lançaram balões, puxam agora da culatra. Onde antes não questionaram, agora querem saber porquê.
O rebanho é igual em Inglaterra e em Portugal. Em qualquer parte do mundo segue sempre os seus «bons» pastores. As ovelhas negras, essas, não têm a pretensão de indicar o caminho nem que a razão as acompanhe. Tal como Régio, não sabem por onde vão. Sabem apenas que não vão «por aí». Andam sozinhas, é um facto. Mas felizmente nunca se tresmalham.
In A Devida COmédia - Miguel Carvalho - VISÃO