«O elogio da solidão»
A solidão encontra-se frequentemente associada a sentimentos de tristeza, angústia, sofrimento, etc. Talvez por isso, quando se aborda este tema é quase sempre para encontrar formas de combater este flagelo, como se tratasse de uma verdadeira praga. Se fosse possível os partidos políticos defenderiam a sua extinção. E, caso houvesse um referendo a nossa sociedade provavelmente eliminá-la-ia.
As pessoas associam habitualmente a solidão aos idosos, presos, refugiados, imigrantes, etc. Na verdade, estas imagens são estereotipadas e reflectem somente uma parte da realidade. Qualquer um de nós tem diariamente vários momentos de solidão: na fila do trânsito, no transporte público, na sala de espera de um consultório, numa caminhada a pé, no ginásio, etc. Estes exemplos servem para demonstrar que a solidão ocorre no nosso dia-a-dia e não pode ser suprimida, por outro lado, ela nem sempre reproduz algo negativo ou penoso.
Existem inúmeras áreas artísticas em que a solidão se revela fundamental. Temos o caso da pintura, da escultura, da escrita, só para citar alguns exemplos. Será que quem intervém nestas áreas é masoquista? Não me parece. E, quando tomamos decisões importantes (apesar de podermos partilhá-las com outros) não o fazemos em solidão? A solidão é imprescindível na nossa vida mental, e, por isso, há que aprender a tirar partido dela.
Há algum tempo atrás falei com um jovem que fazia um percurso diário (em cada sentido) de cerca de 45 minutos de comboio para ir para as aulas. Perguntei-lhe em que é que pensava durante aquele tempo. A resposta foi simples e directa: «não penso em nada de especial, apenas aguardo que a viagem termine». Fiquei triste por ele. Este rapaz desperdiçava, deste modo fútil, os seus momentos de solidão. Transformava-os em algo estéril e vazio. Isto traduz um aspecto interessante: para muitos o silêncio interior é difícil de suportar. Mas, ao rejeitarem-no estão a proceder como um agricultor que não cultiva a terra e a deixa ao abandono.
A nossa solidão deve ser usada para reflectirmos sobre aquilo que nos vai acontecendo; para estruturar a nossa vida psíquica e pensarmos sobre as nossas relações, sentimentos, dúvidas, desejos, frustrações e alegrias. Actualmente, pensa-se, discute-se e fala-se muito sobre o que acontece fora de nós e, muito pouco daquilo que se passa cá dentro. As tentações para o fazer são muitas: futebol, moda, política, beleza, viagens, etc.
O nosso cérebro deveria ter predefinido uma espécie de "tempo de antena interior". É por isso que - nós os psiquiatras - observamos com frequência, uma certa forma de "analfabetismo da vida interior". Este é um mal que atravessa todas as classes sociais e que se encontra espalhado um pouco por toda a parte. O pior é que para a maioria, este analfabetismo passa despercebido e indetectável durante muitos, muitos anos (com frequência toda a vida).
Há que aproveitar a nossa solidão para "ler" e tentar compreender aquilo que se vai passando dentro de nós. Este exercício também se aprende e deve ser estimulado. A psicoterapia acaba por ser uma escola onde se descobre a ter acesso à nossa vida interior. Todavia, não é a única forma de o fazer; veja-se o caso da oração para quem tem fé...
Neste contexto, a solidão é óptima! Por isso, não viva cá fora, sem antes estar só, lá
dentro!
Pedro Afonso In Forum da Familia
Para os Pais Pensarem
A seguir perguntou aos estudantes se o frasco estava cheio. Todos estiveram de acordo em dizer que "sim".
O professor agarrou então numa caixa de fósforos e a vazou todos os fósforos dentro do frasco de mayonese.
Os fósforos preencheram os espaços vazios entre as bolas de golfe. O professor voltou a perguntar aos alunos se o frasco estava cheio, e eles voltaram a responder que "Sim".
Após a resposta, o professor pegou uma caixa de areia e a vazou alguma para dentro do frasco. Obviamente que a areia encheu todos os espaços vazios e o prof. questionou novamente se o frasco estava cheio. Os alunos responderam-lhe com um "Sim" retumbante.
O professor em seguida adicionou duas chávenas de café ao conteúdo do frasco e preencheu todos os espaços vazios entre a areia.
Os estudantes riram-se nesta ocasião. Quando os risos terminaram, o professor comentou:
"Quero que percebam que este frasco é a vida. As bolas de golfe são as coisas importantes: a família, os filhos, a saúde, a alegria, os amigos, as coisas que vos apaixonam. São coisas que mesmo que perdêssemos tudo o resto, a nossa vida ainda estaria cheia.
Os fósforos são outras coisas importantes, como o trabalho, a casa, o carro, etc. A areia é tudo o resto, as pequenas coisas.
"Se tivéssemos colocado primeiro a areia no frasco, não haveria espaço para os fósforos, nem para as bolas de golfe. O mesmo ocorre com a vida. Se gastarmos todo o nosso tempo e energia nas coisas pequenas, nunca teremos lugar para as coisas que realmente são importantes. Presta atenção às coisas que realmente importam.
Estabelece as tuas prioridades, e o resto é só areia."
Um dos estudantes levantou a mão e perguntou: - Então e o que representa o café?
O professor sorriu e disse: " Ainda bem que perguntaste isso!
O café é só para vos mostrar que por mais ocupada que a nossa vida possa parecer, há sempre lugar para tomarmos um café com um amigo ".
In Forum da Familia
No Curso de Medicina, o professor dirige-se ao aluno e pergunta:
- Quantos rins nós temos?